Na semana passada nosso texto contou como as pessoas podem ser impactadas, física e psicologicamente, por saberem quais genes elas carregam em seu DNA. No caso específico, participantes da pesquisa publicada na Nature que receberam a notícia de que possuíam um alelo* relacionado ao baixo desempenho aeróbico, tiveram seus resultados comprometidos num teste físico de esteira (reveja o texto da semana passada aqui).
Então, por que devemos discutir como esse tipo de informação pode impactar a vida das pessoas? O contexto que responde a essa pergunta é o seguinte: o ano passado (2018) foi o ano em que mais americanos tiveram seu DNA sequenciado com o objetivo de saber informações a respeito da possibilidade de desenvolverem doenças como Mal de Parkinson, Mal de Alzheimer, alguns tipos de câncer, etc.
Agora, veja esse gráfico publicado em 2015 na revista PLoS Biology: ele mostra que o número de genomas humanos sequenciados (linha azul contínua) cresce consideravelmente ano após ano e as perspectivas (linhas pontilhadas) mostram que isso tende a aumentar cada vez mais.
O fato da tecnologia de sequenciamento do DNA estar mais barata, graças a equipamentos mais eficientes, menos caros e mais acessíveis, é provavelmente um dos principais motivos para isso ter acontecido. Se há 20 anos sequenciar o genoma humano custava cerca de 100 mil dólares, atualmente isso se aproxima de 1 mil dólares, de acordo com os dados mais recentes publicados pelo National Human Genome Resource Institute (NIH).
Se é mais fácil e mais barato sequenciar seus genes, a pergunta que fica é: será que esses resultados têm impacto em sua vida? O que você faria se recebesse a notícia de que tem genes relacionados à obesidade ou ao desenvolvimento do câncer? Acompanhe no nosso próximo texto como essas informações podem refletir no nosso desempenho físico e psicológico.
Até a próxima,
Por Equipe Ciência Informativa
Para saber mais:
*alelo: são as variações, formas alternativas dos nossos genes e que impactam uma característica. Os alelos A e a regulam a pigmentação da pele na espécie humana, portanto, podemos dizer que o gene que controla a pigmentação da pele pode se apresentar na forma A (alelo A) ou a (alelo a).
Referências
[1] Turnwald et al. (2018). Learning one’s genetic risk changes physiology independent of actual genetic risk. Nature Human Behaviour . doi:10.1038/s41562-018-0483-4
[2] Kayser, J. (2018). Just thinking you have poor endurance genes changes your body. Acessado de https://www.sciencemag.org/news/2018/12/just-thinking-you-have-poor-endurance-genes-changes-your-body em dezembro de 2018
[3] Imagem em destaque: https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjMm8-X-JrfAhWHIJAKHZ0jC3YQjRx6BAgBEAU&url=https%3A%2F%2Fwww.thermofisher.com%2Fblog%2Fbiobanking%2Fnext-generation-dna-sequencing-predictive-biomarkers-for-cancer-treatment%2F&psig=AOvVaw1Tuu1dPDRvyMvAtA8utMK9&ust=1544726317849944
[4] Meyaln, C. (sem data) The impact of genetics on insurers: part 2. Acessado de https://www.synpulse.com/en/publications/article-en/29-01-18-impact-of-genomics-on-insurers-part-2
[5] Wetterstrand KA. DNA Sequencing Costs: Data from the NHGRI Genome Sequencing Program (GSP). Disponível em: www.genome.gov/sequencingcostsdata. Acessado em janeiro de 2019
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