Amanhã os olhos do mundo todo estarão voltados para o Brasil e os eventos que aconteceram em nosso país nos próximos 20 dias. A Olimpíada é o evento esportivo mais importante e recebe os melhores atletas de cada categoria. E o que um atleta precisa para ganhar? Dedicação, paciência, perseverança, treinos e mais treinos. Mas será que existe algum fator genético que pode ajuda-los? Venha descobrir com a gente!

Estudos recentes mostram que certas mutações em locais específicos dos genes podem sim fazer a diferença no desempenho do atleta. Algumas mutações gênicas mostraram-se candidatas a ser o diferencial presente em possíveis campeões no esporte. No Brasil, o projeto Atletas do Futuro tem como objetivo aplicar os conhecimentos genéticos na prática de esportes, ajudando os atletas a buscar seu melhor potencial.

A Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) realizou a primeira pesquisa de índice genético para determinar o ponto forte de um atleta. A ideia do projeto é encontrar sinais genéticos que indicam determinadas vantagens esportivas dos atletas como, por exemplo, se o atleta é mais resistente ou apresenta mais explosão e força. Esse resultado ajudou a preparar melhor os atletas, focando os treinos no maior potencial biológico dos esportistas e conseguindo resultados muito promissores.

Olympic-Games-Basketball
Foto: Partida de Basquete entre as seleções dos Estados Unidos e China, durante a última copa (Fonte: http://sportslr.com/olympic-games-basketball-history/).

Desde 2009, o projeto já analisou mais de 1000 amostras de DNA de atletas e ex-atletas brasileiros que apontaram resultados promissores. Um dos casos mais expressivos da aplicação do índice genético foi no time de basquete do Palmeiras na temporada de 2012/2013 do Novo Basquete Brasil (NBB). Eles conseguiram aumentar o número de vitórias e aproveitamento dos atletas utilizando o índice genético para orientar o treinamento individual dos atletas do time.

Neste ensaio, o time do Palmeiras aumentou em mais de 50% a porcentagem de vitórias após a aplicação do método. A lógica do treinamento é relativamente simples: identificar o maior potencial biológico de cada atleta e treiná-lo para isso. Com isso, além de aumentar o aproveitamento do atleta, também foi possível diminuir o número de contusões do time.

Mas precisamos ter um pouco de cautela com esses resultados. Só genética de uma pessoa não determina se ela vai ou não ser um campeão no esporte, existem outras variáveis tão importantes quanto, como os fatores ambientais e psicológicos. E além da biologia, outros fatores influenciam o desempenho dos atletas, como os treinos, acompanhamento nutricional e psicológico, incentivo e recurso ao esporte.

Não há dúvida que o mapeamento genético pode sim ajudar na melhoria do desempenho dos atletas, mas ainda é preciso mais estudos na área com maior número amostral. Espera-se que no futuro a ciência possa estar ainda mais presente nas praticas esportivas, seja na busca por novos talentos ou no aperfeiçoamento dos velhos. Enquanto não chegam os novos resultados, podemos aproveitar para assistir o espetáculo das maiores estrelas do mundo do esporte esse mês em nossa casa. Vai Brasil!!

Nathalia Brancalleão

e-mail para contato: na_brancalleao@hotmail.com

Referências Bibliográficas:

http://www.atletasdofuturo.com.br/quemsomos.html

Yang, N., MacArthur, D. G., Gulbin, J. P., Hahn, A. G., Beggs, A. H., Easteal, S., & North, K. (2003). ACTN3 genotype is associated with human elite athletic performance. The American Journal of Human Genetics73(3), 627-631.

Lima, G. H., Silva, E. D., Rosa, J. P. P., Almeida, S. S., Correia, P. R., Costa, C., & Pesquero, J. B. (2015). Association Between Gene ACTN3 and Basketball Position in Elite Athletes of Brazilian League: 1597 Board# 1 May 28, 1: 00 PM-3: 00 PM. Medicine & Science in Sports & Exercise47(5S), 424.

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