Entender como as plantas e animais respondem às mudanças climáticas é imprescindível para que possamos ter planos para o cuidado e preservação das espécies.
Já vimos como os animais podem sofrer alterações em seus comportamentos naturais devido a essas mudanças climáticas; no texto de hoje veremos como as plantas podem sofrer as consequências da intensificação dessas ações causadas pelo ser humano.

Um estudo feito por pesquisadores da University of Central Florida (EUA) mostrou que a variação na temperatura mínima média anual em 7 condados do estado da Flórida fez com que o início do florescimento de mais de 40 espécies de plantas (nativas e não nativas) fosse atrasado de 4 a 19 dias. Não se sabe até o momento, segundo os pesquisadores, o quanto esse atraso pode prejudicar na perpetuação dessas espécies de plantas ou na interação com outras espécies, principalmente de animais polinizadores.

Outros estudos mostram também que um aumento na temperatura média pode fazer com que a transpiração nas plantas aumente consideravelmente, diminuindo a eficiência da fotossíntese e, por consequência, o crescimento/desenvolvimento da planta. Isso é relevante principalmente em plantas cuja produtividade é importante para a agricultura, como eucalipto, cana, milho, soja, etc. Nesse caso, a consequência da diminuição na produtividade chega também em nossos bolsos. Segundo economistas, até 35% das oscilações nos preços dos alimentos podem ser em consequência das alterações climáticas.

Plantas aquáticas, que vivem próximas a regiões pantanosas e manguezais, também são afetadas, principalmente por causa do avanço do nível do mar, o que diminuirá a riqueza de espécies e prejudicará a interação com espécies animais, que têm nos pântanos e mangues locais de reprodução importantíssimos. O prejuízo no desenvolvimento já foi observado através de um estudo no mar mediterrâneo com a planta aquática Posidonia oceanica (figura 1). A P. oceanica é endêmica do mediterrâneo e apresenta considerada importância ecológica, segundo os cientistas.

Figura 1: planta do grupo das angiospermas Posidonia oceanica

Apenas com esses exemplos podemos ter certeza de quanto as mudanças climáticas globais afetam os seres vivos de maneira mais ou menos impactante e nos atingem mais ou menos diretamente. Apesar de muitos ainda não acreditarem nos impactos da intensificação do aquecimento global, suas consequências são impossíveis de não serem vistas e infelizmente se farão presentes cada vez mais em nossas vidas. Assim, cabe a nós revermos nossas atitudes e cobrarmos dos políticos e empresas mudanças que melhorem a situação do nosso planeta.

Por Nathália de Moraes

nathalia.esalq.bio@gmail.com

Referências

[1] https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0011500

[2] https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0160412012002644

[3] https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0304377016300663

[4] https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2021/08/09/veja-como-as-mudancas-climaticas-podem-impactar-a-producao-de-alimentos-no-brasil.ghtml

[5] Fonte da figura 1: https://www.estorrent.net/en/2020/11/06/posidonia-oceanica-a-world-heritage-site/

[6] Fonte da imagem em destaque: https://scx1.b-cdn.net/csz/news/800a/2017/toomuchsunis.jpg

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