“O medo é o caminho para o lado negro”, disse Mestre Yoda ao pequeno Anakin Skywalker em um dos episódios de Star Wars. Não me leve a mal, Mestre Yoda, mas este sentimento não é tão ruim quanto parece. Diferente do que a maioria das pessoas pensa, o medo é muito importante para nossa sobrevivência. Sem ele e suas respostas fisiológicas não teríamos sobrevivido a muitas situações da vida pré-histórica de nossa espécie. Mas afinal: o que é o medo?
O medo é uma cascata de reações que ocorre em nosso corpo que é iniciada por um estímulo e culmina em uma das duas respostas: lutar ou fugir. O estímulo percebido pelo nosso corpo pode ser uma barata, o receio de se apresentar frente a uma sala de aula ou até mesmo uma prova. Independente do estímulo, nosso cérebro interpreta a situação potencialmente perigosa e gera uma série de respostas: liberação de hormônios, como a adrenalina (que faz o coração disparar); o suor frio; a dilatação das pupilas; a mudança da feição do rosto, como a tensão; entre outras. Estas mudanças fazem com que nosso corpo tenha energia o suficiente para lutar e enfrentar o estímulo que causou o medo ou fugir do mesmo.
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Mas como isso ajuda na nossa sobrevivência e das outras espécies de animais? Sem o medo não teríamos receio de nenhuma situação, o que poderia nos colocar em circunstâncias com risco real de morte. O medo de ratos nos acompanha desde a pré-história, esses roedores sempre foram associados à transmissão de doenças aos humanos. Já o medo de lugares fechados vem das cavernas, onde nossos antepassados viviam, que eram locais perigosos pois tornavam os homens mais vulneráveis ao ataque de animais pelas limitadas opções de fuga. Hoje em dia, o receio de andar sozinho em uma rua à noite é justamente uma forma de nos manter em alerta para reagir a algo ruim que possa acontecer. Como vemos, o medo é algo adaptativo e graças a ele nossos ancestrais viveram e nós estamos vivos hoje.
As sensações desencadeadas pelo medo podem ainda trazer prazer, como aquele frio na barriga ao assistir a um filme de terror. Nesse caso, nosso cérebro entende que estamos no lugar do personagem do filme e então vivenciamos com mais ou menos a mesma intensidade o que ocorre com ele, de uma forma bem menos perigosa e mais controlada, é claro.
E será que os nossos medos hoje são os mesmo de quando éramos crianças? Será que são iguais aos que nossos pais têm? A resposta é: possivelmente não. O medo é um sentimento que tende a mudar conforme a idade; as crianças, por exemplo, têm medo de fantasmas e do bicho-papão, mas os adultos têm medo de assaltos, de ficar sem emprego ou de perder alguém importante em sua vida.
É claro que medo em excesso também é ruim e isso se chama fobia. Existem diversas fobias como de altura, de aranha, de cachorro e de lugares fechados. E, inclusive, as pessoas que sofrem de tal doença precisam buscar ajuda de médicos e psicólogos, pois esse medo exagerado pode atrapalhar suas vidas.
Para fugir ou para enfrentar uma situação, ao assistir a um filme ou correr de uma barata, o medo rege em nossos corpos reações em cadeia importantes para nossa sobrevivência. Por isso, leitor, não tenha medo e clique nos links abaixo se tem mais interesse sobre o assunto. Deixe também seus comentários na nossa página!
Até a próxima!
Por Nathália de Moraes
nathalia.esalq.bio@gmail.com
Referências:
[1] Cruz,A. P. de M. (2001). A ciência do medo e da dor. Ciência Hoje, 29 (174), 16-23.
[2] Leahy, R.L. (2008). Are we born to be afraid? Acessado em 27 de outubro de 2014.
[3]University of Minnesota. (2009).Why we like horror movies (vídeo no Youtube).
[4] Como tudo funciona (How stuff Works?).Como funciona o medo. Acessado em 19 de julho de 2014.
[5]Andy TTree. (2013). Mindset Coaching From Master Yoda – FearIs The Path To The Dark Side (vídeo no Youtube).
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