O ano de 2016 vai ser um ano importante para o esporte brasileiro. Em agosto o país recebe o maior evento esportivo do planeta, os Jogos Olímpicos, e estaremos todos juntos torcendo por nossos atletas. Além disso, o nosso país receberá os melhores atletas de cada categoria, atletas de alta performance prontos para quebrar recordes e vencer pelo seu país. Mas no meio da festa acabamos vendo histórias com finais nem tão felizes assim, como os casos de atletas “pegos” no doping.

O doping no esporte é a utilização, intencional ou não, por um atleta de uma substância ou método não natural ao corpo humano para melhorar o seu desempenho durante uma competição. O doping é proibido no esporte por dois motivos. Primeiro, as substâncias ingeridas normalmente são prejudiciais à saúde, podendo causar quadros clínicos irreversíveis. Segundo, o doping é uma conduta antiética do atleta, pois pode proporcionar uma vantagem competitiva em relação aos outros atletas.

Em 1999, foi fundada a World Antidoping Agency (Wada), em português Agência Mundial Antidoping (AMA). Esta agência é responsável por determinar as substâncias proibidas e combater a prática de doping no ambiente esportivo. Para isso, foi criado o Código Mundial Antidoping (CMAD) com diretrizes para o combate à prática, e atualmente é utilizado pelas Federações Internacionais e pelo Comitê Olímpico Internacional.

O Código Mundial agrupa uma lista de substâncias ou medicamentos de consumo proibido por competidores. Estas substâncias são dividias em seis classes. A primeira classe são as substâncias estimulantes, atuando diretamente no sistema nervoso central, reduzindo o cansaço e aumentando a adrenalina. Essas substancias são a pseudoefedrina, a efedrina, a anfetamina, a cocaína e cafeína. A segunda classe são os narcóticos, que também agem no sistema nervoso central, diminuindo a sensação de dor. As substâncias pertencentes a essa classe são morfina, codeína, propoxifeno e petidina

Os anabolizantes estão na terceira classe de substâncias, atuando no aumento da força muscular. A quarta classe, os diuréticos, são substâncias utilizadas para o controle do peso e para mascarar o doping, como os trianterenos, hidroclorotiazínicos e furosemidas. Os betabloqueadores, quinta classe, agem diminuindo a pressão arterial e ajudam a manter a estabilidade nas mãos dos atletas, e são muito utilizados em competições de tiro de arco e flecha. A última classe compreende os hormônios peptídeos e análogos, usados para aumentar o volume e o potencial dos músculos. As substâncias mais comuns dessa classe são os hormônios do crescimento, eritropoietina e corticotropina.

E como descobrir atletas que utilizam essas substâncias?  O controle da dopagem é feito através do exame antidoping. Este exame é feito por meio de coleta de amostra de urina do atleta e análise em laboratório. O exame de doping pode ser realizado ao final de competições ou de surpresa pelo Comitê Olímpico. Se o resultado do exame for positivo é possível detectar qual a substância encontrada e o atleta tem o direito de recorrer ao resultado, sendo feita uma nova análise com a amostra coletada.

Um atleta ser “pego” no doping é um caso seríssimo, podendo levar a suspensões temporárias do esporte. O doping é um assunto importante para a ética no esporte, que tenta ao máximo fazer competições justas aos atletas participantes. Nos últimos anos vimos muitos atletas, que nós consideramos ídolos, serem pegos no doping. A nadadora Rebeca Gusmão, uma das principais atletas do nosso país, foi pega duas vezes no doping e foi banida do esporte em 2008.

Atualmente, a ciência e o esporte trabalham juntos para proporcionar uma competição sem vantagens competitivas. A busca por substâncias que aumentam o desempenho dos atletas não é de hoje, mas com as tecnologias disponíveis é possível encontrar métodos eficazes para garantir “um jogo limpo”. E nas nossas Olimpíadas queremos que nossos atletas façam bonito, correndo atrás dos seus melhores resultados e inspirando uma nova geração de atletas que vêm por ai, conscientes do que realmente é importante no esporte.

 

Nathalia Brancalleão

Contato: na_brancalleao@hotmail.com

Referência Bibliográfica:

Silva, N. Z. (2012). Doping no esporte.

De Médecine Sportive, F. I. Doping nos esportes.

Barros Neto, T. L. D. (2001). A controvérsia dos agentes ergogênicos: estamos subestimando os efeitos naturais da atividade física?. Arquivos brasileiros de endocrinologia & metabologia45(2), 121-122.

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