A restauração florestal é o processo de recuperação de um ecossistema que foi degradado ou destruído [1]. Atualmente, existem vários projetos de restauração e o número vem crescendo a cada ano. A estimativa de investimentos na restauração florestal ao redor do planeta é de 2 trilhões de dólares por ano, com uma meta de alcançar a recuperação de 150 milhões de hectares (equivalente ao tamanho do estados do Amazonas) até 2020 [2,3].
nativas da Mata Atlântica.
Box. Como a genética ajuda na restauração florestal Onde coletar sementes para restauração? É importante compreender do quão diferentes são os organismos de cada local. Por exemplo, é possível identificar se as plantas de uma mata de onde se coleta sementes são diferentes das plantas de outra mata. Com as novas técnicas de estudo da genética dos organismos, são geradas informações que permitem identificar locais bons para coletar sementes para cada área de restauração de forma a evitar problemas de adaptação ao local de plantio. Também é possível identificar fontes de sementes que possam responder às mudanças climáticas, utilizando projeções futuras do clima [4]. 2. Como plantar as mudas? É possível analisar como as plantas de uma área se relacionam, ou seja, se existe uma estrutura familiar entre indivíduos próximos. Isso permite planejar de forma mais adequada como distribuir as mudas ao longo da área de restauração [5]. |
Há mais de 20 anos, métodos de estudo da genética de plantas, animais e micro-organismos vêm sendo usados para subsidiar a recuperação de florestas. As novas técnicas de leitura das sequências de DNA permitem obter o genoma completo de um organismo em semanas, diferentemente das técnicas mais antigas que exigiam anos para obtenção dessa informação. Também é possível analisar milhares de pontos do DNA de centenas de indivíduos simultaneamente. Antigamente, só era possível obter tamanha quantidade de informação de espécies chamadas modelo por serem muito estudadas, como no caso dos humanos (nos quais se investe muito dinheiro) e da Arabidopsis thaliana, uma plantinha da família da couve (que é um organismo mais simples). Com essas novas técnicas, é possível estudar espécies nativas, sem muito conhecimento prévio, com custo muito reduzido.
Desafios
Referências:
[1] Society for Ecological Restoration (2004) SER International Primer on Ecological Restoration, Society for Ecological Restoration[2] Cunningham,S.(2008) ReWealth!: StakeYour Claimin the $ 2 Trillion Development Trend That’s Renewing the World. McGraw-Hill
[3] International Union for Conservation of Nature (IUCN)
[4] Byrne, M. et al. (2013) Adaptation to Climate in Widespread Eucalypt Species, National Climate Change Adaptation Research Facility
[5] Mosner, E. et al. (2012) Floodplain willows in fragmented river landscapes: understanding spatio-temporal genetic patterns as basis for restoration plantings. Biol. Conserv. 153, 211–218
[6] Rodrigues, R. R., Lima, R. A., Gandolfi, S., & Nave, A. G. (2009). On the restoration of high diversity forests: 30 years of experience in the Brazilian Atlantic Forest. Biological Conservation, 142(6), 1242-1251.
[7] Williams, A. V. et al. (2014) Next generation restoration genetics: applic’tions and opportunities. Trends in Plant Science. in press.