Grupos de pesquisa tentam te ajudar a não ter férias que são um lixo e buscam usar bactérias para auxiliar nisso!
Preste atenção aos objetos a sua volta. Sim, ao seu celular, às peças do seu computador, às embalagens dos cosméticos, dos alimentos (as guloseimas também contam!), sem esquecer do copo descartável, do canudo que você usa para beber seu milk-shake ou da garrafa do seu refrigerante. A eficiência, durabilidade e o baixo custo na produção de plástico fazem com que ele esteja presente em vários itens do nosso cotidiano.
Depois de reparar nesses objetos, já pensou onde tudo isso vai parar depois de você usar? E se a gente te contar que eles vão passar as férias com você, na praia? Em média, 8 milhões de toneladas de plástico vão parar no mar, TODO ANO¹. Isso é equivalente a 500 mil ônibus com 70 passageiros cada um! Tudo isso forma verdadeiras ilhas de plástico que vagam pelo oceano, como as que existem no Oceano Pacífico. Uma delas até já tem nome próprio: chama-se “A Grande Porção de Lixo” (e ela continua crescendo²).
Diversos pesquisadores concluem que o plástico afeta diretamente a vida dos seres vivos do ecossistema marinho como tartarugas, aves marinhas, peixes, baleias, golfinhos e vários outros³, além da possibilidade de levar muitas espécies a deixarem de existir.
Um grupo de pesquisadores japoneses fez uma descoberta que pode ajudar nesse cenário. Eles encontraram um tipo de bactéria capaz de degradar garrafas de polietileno tereftalato, as famosas garrafas PETs. A bactéria se chama Ideonella sakaiensis e tem como sua principal fonte de alimento o material responsável pela produção dessas garrafas. Incrível, né? E você deve estar imaginando que solucionamos o problema.
Calma, infelizmente não é bem assim. Ainda precisamos de mais estudos para saber como usar essas bactérias ao nosso favor. O manejo desses seres vivos ainda é um tanto caro e perigoso, pois ainda não sabemos como controlar a reprodução delas, ou seja, elas podem se proliferar muito mais do que gostaríamos!
Por enquanto, o que nós podemos fazer é adaptar nossos hábitos de consumo, como por exemplo: levar nossas compras em caixas de papelão ou em sacolas de pano ao invés de sacolas plásticas; carregar conosco copos, garrafas ou canudos reutilizáveis e consumir produtos plásticos de uso prolongado.
Assim, para aproveitar melhor nossas férias e vivermos sem incomodar nossos vizinhos do mar, espalhe essa ideia, não espalhe plástico!
por Cauay Vianna, Gabriela Miki e Myrna Elis
Referências:
¹ AUSTIN, Harry P. et al. Characterization and engineering of a plastic-degrading aromatic polyesterase. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 115, n. 19, p. E4350-E4357, 2018.
² LEBRETON, L. et al. Evidence that the Great Pacific Garbage Patch is rapidly accumulating plastic. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 4666, 2018.
³ GALL, Sarah C.; THOMPSON, Richard C. The impact of debris on marine life. Marine pollution bulletin, v. 92, n. 1-2, p. 170-179, 2015.