Você consome ou já consumiu alimentos como macarrão instantâneo, maioneses e molhos industrializados? Já percebeu a grande quantidade de itens que são descritos nos rótulos desses alimentos?

Existem várias substâncias que são adicionadas aos alimentos durante sua produção. Todas são utilizadas para que façam alguma função específica no alimento. Quando falamos de alimentos industrializados, essas substâncias são denominadas como aditivos alimentares.

Esses componentes devem ser aprovados para sua aplicação em alimentos. Cada país determina essa aprovação com base em sua legislação através de seus órgãos reguladores. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) determina quais são os aditivos que são permitidos em alimentos, estabelecendo suas funções e a quantidade máxima de uso. Desta forma, pode-se obter o efeito tecnológico do aditivo sem oferecer riscos à saúde das pessoas.

Assim, os aditivos devem atuar sobre alguma característica dos alimentos e serem seguros para o consumo. Tecnologicamente, esses ingredientes agem, por exemplo, melhorando a aparência (como brilho), sabor, aroma, cor e maciez dos alimentos. Esses compostos também são usados como conservantes, impedindo a multiplicação de micro-organismos patogênicos (que causam doenças) e/ou deteriorantes (aqueles que estragam os alimentos). Com relação à segurança, os aditivos alimentares não podem ser prejudiciais à saúde humana. Justamente por essa necessidade de não causar problemas à saúde, alguns pesquisadores fazem suas considerações sobre o termo “aditivo alimentar”, pois consideram importante a separação das nomenclaturas de forma que os ingredientes naturais e aqueles que são agentes químicos sintéticos não sejam denominados da mesma forma.

Independentemente desta discussão, dentro do grande grupo chamado atualmente de aditivos alimentares encontra-se uma variedade de ingredientes como gomas, corantes, aromatizantes, saborizantes, emulsificantes, substitutos de gordura, antiespumantes, antioxidantes, sais, acidulantes, fermentos, estabilizantes, espessantes, texturizantes, edulcorantes, catalisadores, agentes de congelamento, ácidos, agentes antimicrobianos, dentre outros. Cada um desses itens pode ser considerado um subgrupo, pois possui vários agentes com nomes químicos e aplicações diferentes. Por exemplo: dentro do subgrupo “realçadores de sabor” existem diferentes substâncias químicas com a mesma função, mas que são aplicadas a alimentos diferentes: guanilato dissódico e inosinato dissódico (utilizados em carnes e vegetais), glutamato monossódico (utilizados em carnes, vegetais e alguns alimentos de preparo rápido como macarrão instantâneo), maltol (aplicado em doces e produtos de panificação) e o cloreto de sódio, que é de uso geral.

Sempre nos deparamos com esses agentes químicos nos rótulos de alimentos, no entanto, são nomes um pouco complicados e a função deles é pouco conhecida pelos consumidores. Por isso, nos textos deste mês vamos falar sobre os principais aditivos alimentares encontrados nos produtos que consumimos e conversar um pouco sobre sua função e nossa saúde. E você? Já observou os produtos que consome? Dê uma olhadinha nos rótulos dos alimentos que tem em casa e veja se você identifica algum desses grupos de aditivos alimentares na composição!

por Cínthia Hoch B. de Souza

cinthiahoch@yahoo.com.br

Referências

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada n 45 de 03/11/2010. Dispõe sobre aditivos alimentares autorizados para uso segundo as Boas Práticas de Fabricação (BPF). Disponível em:< http://portal.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/28498>. Acesso em: 07 maio 2020.

Damodaran, S.; Parkin, K.L.; Fennema, O.R. Química de Alimentos de Fennema. 4. ed., Porto Alegre: Artmed, 2010, 900p.

Imagens de capa: Pixabay

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