No início desse ano eu fiz um texto especial sobre o verão 2016, um dos mais quentes da história, que foi influenciado fortemente pelo fenômeno El Niño (acesse o texto aqui). Neste ano, o inverno teve dias atipicamente quentes e o que muitos querem saber é como será o tempo nos próximos meses, principalmente com a chegada do tão esperado verão, que começa no fim do mês de dezembro. Por isso, o Ciência Informativa preparou um texto especial hoje: o que podemos esperar do tempo nos próximos meses?

As previsões mais recentes indicam que o fenômeno La Niña irá começar agora no segundo semestre e se intensificar próximo ao verão 2017, ou seja, parece que o El Niño está se enfraquecendo e inaugurando as condições de La Niña.

Mas o que é o La Niña? Em poucas palavras, La Niña (do espanhol, “a menina”) é um fenômeno cíclico que causa um resfriamento anormal do Oceano Pacífico, sendo que a temperatura das águas fica menor que a média esperada (figura 1). O La Niña é, portanto, contrário ao fenômeno El Niño. Analisando os registros históricos, é comum observar a transição do El Niño para La Niña e isso é um dos motivos para os pesquisadores apostarem que teremos o La Niña assim que o El Niño desperdir-se de nós ainda esse ano.

Figura 1: esquema simplificado do fenômeno La Niña e suas principais características
Figura 1: esquema simplificado do fenômeno La Niña e suas principais características

O início do La Niña irá mudar as condições climáticas em vários lugares do mundo, porém cada ciclo desse fenômeno pode ter características diferentes, não ocorrendo sempre da mesma forma. Basicamente, os impactos causados pelo La Niña são opostos ao do El Niño, mas com algumas exceções, é claro.

No Brasil, o La Niña trará provavelmente chuvas mais intensas nas regiões Norte e Nordeste e seca no Sul durante alguns meses da primavera. A diminuição das chuvas pode favorecer as culturas de inverno, porém trará dificuldades para as culturas de verão. Já nos meses de verão, no início de 2017, as chuvas virão mais intensas, o que pode favorecer o plantio de outras safras.

E o verão de 2017? Ao que tudo indica, se as previsões se mantiverem, deverá ser bem diferente do que foi esse ano e, por consequência, com temperaturas mais amenas, garantindo um clima mais fresco, já que 2016 provavelmente será considerado o ano mais quente já registrado, desde que começaram as medições no ano de 1880.

São somente previsões e em termos climáticos fica difícil acertar o que ocorrerá em todos os lugares do mundo e até mesmo do Brasil, um país de proporções continentais, mas se você não se dá bem com o calor, pode ficar mais feliz, pois depois de um El Niño “Godzilla” as previsões são animadoras!

Até a próxima,

Por Nathália de Moraes

nathalia.esalq.bio@gmail.com

Referências

[1] Holthaus, E. (2016).  La Niña is coming. Here’s what means for you.

Acessado de http://www.slate.com/blogs/outward/2016/08/01/after_pulse_should_drag_queens_be_lgbt_activists.html em setembro de 2016.

[2] Becker, E. (2016). April 2016 El Niño/La Niña update: What goes up…

Acessado de https://www.climate.gov/news-features/blogs/enso/april-2016-el-ni%C3%B1ola-ni%C3%B1a-update-what-goes-%E2%80%A6 em setembro de 2016.

[3] La Niña: primavera e verão 2016/17 terão chuvas mais distribuídas pelo país.

Acessado de http://www.trajanosilva.com.br/2016/04/03/la-nina-primavera-e-verao-201617-terao-chuvas-mais-distribuidas-pelo-pais/ em setembro de 2016.

[4] Pégorim, J. (2016). Outono com El Niño enfraquecido.

Acessado de http://www.climatempo.com.br/noticia/2016/03/07/outono-com-el-nino-enfraquecido-7917 em setembro de 2016.

[5] SOMAR. (2016). Tendência para El Niño e La Niña.

Acessado de http://somarmeteorologia.com.br/security/defesa_civil/clima3.php em setembro de 2016.

[6]Imagem do texto: adaptado https://www.e-education.psu.edu/meteo469/sites/www.e-education.psu.edu.meteo469/files/lesson03/ENSOSchematicDP_.jpg

[7] Imagem em destaque: http://www.lovethispic.com/uploaded_images/107689-Summer-Sun.jpg

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