A própolis é um com composto produzido pelas abelhas a partir de substâncias resinosas, que são coletadas pelas abelhas das flores, folhas e também da casca de algumas plantas.  Nessas resinas, as abelhas adicionam secreções salivares, cera e pólen, obtendo assim a própolis.

Para as abelhas, a produção da própolis é importante para a proteção de suas colônias, utilizando-a para higienizar os favos e as paredes internas do ninho, além de utilizá-la para recobrir as abelhas mortas que não conseguem retirar da colmeia, evitando uma contaminação do ninho.

Além disso, a própolis também é importante para vedar e reduzir as aberturas existentes na colmeia, auxiliando assim tanto na regulação da temperatura, quanto na defesa contra inimigos naturais.

Há muito tempo a própolis é utilizada pelo homem para fins terapêuticos, principalmente no combate a infecções bacterianas nas vias aéreas. Porém, além de bactericidas, a própolis também apresenta atividades bacteriostáticas (detém o crescimento de bactérias), antifúngicas (capaz de inibir o crescimento de fungos), analgésicas, cicatrizantes, anti-inflamatórias, antioxidantes, entre várias outras.

Fonte: Morguefile
Fonte: Morguefile

 

Frente a esse grande potencial de aplicações, a própolis vem sendo continuamente estudada e novas formas de utilização são buscadas.  Um exemplo de empresa que visa expandir o potencial de aplicação da própolis é a Apis Flora, sendo ela pioneira na fabricação de produtos à base de mel e própolis.

O produto mais exportado pela empresa são as micropartículas de própolis, produzidas a partir da própolis seca e em seguida microencapsulada, mantendo seus componentes ativos estáveis.

Além disso, estão desenvolvendo membranas de biocelulose (produzida por bactérias) impregnadas com extrato de própolis, que terá como objetivo auxiliar no tratamento de feridas de difícil cicatrização, como é o caso de queimaduras e úlceras crônicas de pele. Essas biomembranas diminuem o tempo de tratamento e, devido às propriedades da própolis, também atenuam a dor de pacientes que sofreram queimaduras de primeiro e segundo grau.

Está em desenvolvimento também um medicamento contra artrite reumatoide, uma doença que leva à deformação e à destruição das articulações. O desenvolvimento deste medicamento é possível pela ação de inibição da via inflassoma pela própolis. Essa ação atua em uma das principais vias de inflamação das células, processo este que está diretamente relacionado à artrite reumatoide. Outro medicamento em fase de testes clínicos é um gel mucoadesivo para o tratamento de candidíase vaginal, à base de extrato de própolis, devido às suas propriedades antifúngicas.

Fora da área médica, a própolis também vem sendo estudada como uma alternativa para o controle de contaminantes no processo de fermentação alcoólica, que dá origem ao açúcar e ao álcool.

Estes são apenas alguns exemplos do grande potencial biotecnológico que a própolis pode nos proporcionar!

 

Jaqueline R. de Almeida

jaqueline.raquel.almeida@usp.br

 

Referencias

Vasconcelos,Y. Riqueza da colmeia.Pesquisa Fapesp 241. Março de 2016. p.75

do Rego Lopes, M.T.; de Mello Pereira, F.; de Almeida Souza, B. Produção de própolis. Embrapa Meio-Norte. Dezembro de 2010.

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