Doze de junho no Brasil se comemora o Dia dos Namorados. Corações vermelhos tomam conta da decoração das lojas, as floriculturas ficam enfeitadas com mais flores e o clima de romance paira no ar! Mas quais seriam as explicações científicas para o amor? Será que realmente escolhemos nossos parceiros ou é o nosso subconsciente que escolhe? O amor é realmente “cego”? Leia nosso texto e tire todas as suas dúvidas sobre a biologia do amor!
Como nós escolhemos nossos parceiros afetivos?
É claro que o gosto semelhante pelo tipo de música, uma boa conversa, gentileza e afinidade são importantes para a escolha do seu namorado/namorada, mas não se engane! Além dessa “química” com a outra pessoa, pesquisas recentes indicam que na verdade, quem comanda a maior parte de nossas escolhas é o nosso subconsciente. Não é romântico, mas é o que a ciência nos diz. Ao longo da nossa vida construímos em nossa mente uma lista de coisas que desejamos em um parceiro, ou seja, que características nos atraem e nos agradam. Quando conhecemos um parceiro em potencial, grande parte da “avaliação” que fazemos é pelo nosso subconsciente. As pesquisas indicam que em até 3 minutos podemos saber se uma pessoa é ou não “aquela” pessoa.
Os opostos se atraem?
De acordo com algumas pesquisas, sim! Casais tendem a ter diferenças genéticas em uma região do DNA que é relacionada ao sistema imunológico. Isso é possivelmente uma estratégia evolutiva que aumenta a chance de a prole ter uma combinação de genes que garante um sistema imune capaz de defender-se de diversos tipos de doenças e infecções. Não sabemos exatamente ainda quais são os sinais que atraem mutuamente as pessoas que tem essas diferenças genéticas, porém, alguns estudos sugerem que o cheiro corporal possa ser um guia.
Como as pessoas se apaixonam?
Cada pessoa tem reações diferentes, mas os fenômenos biológicos por trás dos primeiros momentos de paixão e amor entre duas pessoas são semelhantes em muitas situações. Um dos primeiros hormônios liberados é a dopamina que afeta, entre outros órgãos, as glândulas sudoríparas – por isso alguns suam mais quando estão perto de alguém que gostam (essa mesma sensação também pode ser desencadeada pela adrenalina, que acelera o coração). Como consequência da liberação da dopamina, nos sentimos mais felizes. Além disso, também há aumento da testosterona, o que aumenta a atração sexual, fazendo com que alguns se tornem “territorialistas”, defendendo e protegendo quem gostam.
Quando essas etapas iniciais passam, o neurotransmissor noradrenalina age e faz com que toda a atenção da pessoa se foque em quem ela gosta. Nessa etapa as pessoas sentem menor necessidade de sono, de se alimentar e passam a lembrar de todos os detalhes, mesmo que pequenos, da pessoa amada. A serotonina também atua aguçando nossa memória. O sistema de recompensa também é estimulado através de pequenas ações, como ver a pessoa sorrindo, um toque de mãos ou ver uma fotografia. Nessa fase também ocorrem algumas situações embaraçosas como sentir vergonha perto da pessoa que gosta ou até mesmo ter dificuldade em se concentrar em ações rotineiras.
Passadas essas duas etapas o que vem depois é bem complexo, pois os relacionamentos podem seguir vários caminhos diferentes. Mas segundo os cientistas, a oxitocina e a vasopressina são responsáveis pela manutenção dos laços de afeto que permanecem nesses estádios. Nessa fase, supostamente o que era paixão se torna amor.
O amor é cego?
Muitas vezes sim! A visão idealizada e às vezes não realista que os casais têm um do outro no início do relacionamento é uma das maneiras de a mente exaltar as qualidades, diminuir os defeitos e assim se sentir mais atraído pelo outro, aumentando as chances de se chegar à fase de “apego”, ou seja, da criação propriamente dita do afeto.
Existe uma época mais propícia do ano para se apaixonar?
De acordo com alguns psicólogos o outono é a estação do ano mais propícia a se criar um relacionamento duradouro, pois ela ativa em nós o sentimento de procura por um parceiro visto que o inverno está próximo e nessa estação nossas interações sociais tendem a diminuir por causa do clima mais hostil. Em outras palavras, a instrução que ficou “guardada” em nosso cérebro e remete ao surgimento do homem é de que, durante o inverno, as chances de se encontrar um parceiro e procriar são menores. Esse é um instinto bem primitivo, mas que ainda nos guia até hoje.
Além disso, no outono nos vestimos de forma mais séria, não nos cobrimos com muitas roupas como durante o inverno e também não mostramos muito o corpo como no verão. As roupas que usamos também podem mostram nossa situação financeira, nossa classe social e nossa educação.
Muitos poetas e músicos já tentaram definir o que é amor e a própria ciência tenta elaborar uma definição do que é esse fenômeno. Como todos nós já sentimos ou iremos sentir tal sentimento, cada um pode ter a sua definição própria. No entanto, não podemos negar que algumas definições soariam simplistas na tentativa de descrever um fenômeno com tamanha complexidade!
Por Nathália de Moraes
Referências
[1] Fisher, M. (2013). The science behind falling in love. Disponível em: https://www.psychologytoday.com/blog/loves-evolver/201302/the-science-behind-falling-in-love
[2] Malkin, N. (s/ data). Falling in love this fall. Disponível em: http://www.match.com/magazine/article/9907/Falling-In-Love-This-Fall/
[3] Zamosky, L. (2009). The science behind romance. Disponível em: http://www.webmd.com/sex-relationships/features/the-science-behind-romance
[4](semautoria). The science of love. Disponível em: http://www.youramazingbrain.org/lovesex/sciencelove.htm
[5] MacLellan, K. (2009). Opostos se atraem na busca por parceiros, diz estudo brasileiro. Disponível em: http://br.reuters.com/article/idBRSPE54O0ED20090525
Fonte da imagem do texto: http://qualidadefilmes.info/wp-content/uploads/2015/05/a-dama-e-o-vagabundo.jpg
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Adorei.