AlzeimerO Alzheimer é uma doença até o momento incurável que causa a perda de funções cognitivas, como a memória e a atenção, causada pela morte das células nervosas (como os neurônios). Esta é uma doença que ocorre com mais frequência em pessoas idosas.

A doença de Alzheimer ainda não é muito bem conhecida e não se sabe o por que ela ocorre. O diagnóstico é normalmente realizado a partir de um exame clínico, mas também já são conhecidas algumas lesões cerebrais características dessa doença. Uma das alterações decorrentes do Alzheimer ocorre nas placas senis, onde começam a ser depositadas externamente proteínas beta amiloide em excesso. Outra marca da enfermidade são os emaranhados neurofibrilares, que são alterações no citoplasma dos neurônios, devido a hiperfosforilação da proteína tau, que é a responsável por estabilizar os microtúbulos do axônio (extremidade do neurônio).

Em consequência à essas alterações e com o avanço da doença, é possível observar uma redução do número de células nervosas e, consequentemente, o número de ligações entre os neurônios. Essas ligações, chamadas sinapses, são responsáveis por transmitir de um neurônio a outro o impulso nervoso. Todas essas alterações acabam por levar a uma redução do volume cerebral. E, como resultado dessa redução, ocorrem os sintomas de perda de memória, falta de orientação e atenção, dificuldades para falar e se movimentar, desta forma, o diagnostico no início da doença, pode evitar que ela se agrave.

Hoje existem medicamentos que auxiliam na amenização dos sintomas, fazendo com que a doença apresente uma progressão mais lenta. Existem tratamentos ditos como farmacológicos (medicamentais), e não farmacológicos, que também auxiliam muito no tratamento.

Os medicamentos mais utilizados são os que possuem a função de inibir a degradação da acetilcolina (um neurotransmissor, responsável por auxiliar na condução do impulso nervoso). Acredita-se que parte dos sintomas da doença decorra da diminuição da concentração desta substancia no cérebro, assim fármacos como a rivastigmina, donepezila, galantamina, entre outros, conhecidos como anticolinesterásicos, são utilizados para evitar que ocorra a degradação de acetilcolina.

Existem também comprovações cientificas que demonstram que as atividades de estimulação cognitiva, física e social auxiliam na manutenção dessas habilidades e favorecem sua funcionalidade, evitando assim o agravamento mais rápido da doença.

Mas existem muitos trabalhos que estão buscando novas formas, tanto farmacológicas como alternativas, para combater e também para tentar evitar o desenvolvimento do Alzheimer. Um exemplo é o caso da pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – USP. Em um estudo com camundongos, verificou-se que o consumo de casca da romã provocou um aumento da memória, além de reduzir a formação de placas amiloides, bem como inibir em 77% a atividade da acetilcolinesterase, que é a enzima responsável por degradar a acetilcolina. A pesquisa foi desenvolvida pela aluna Maressa Morzella, sob orientação da professora Jocelem Salgado, que já conheciam a grande quantidade de antioxidantes, como flavonídes, que impedem a ação de radicais livres e evitam a morte dos neurônios. O próximo passo desta pesquisa será identificar os compostos responsáveis por esses resultados e aplicar a pesquisa em humanos, para comprovar sua ação.

Muitos estudos como este estão sendo realizados, pois estima-se que no mundo existam cerca de 35,6 milhões de pessoas com a doença, e que no Brasil este número chegue a 1,2 milhões de casos, sendo que grande parte deles não diagnosticados corretamente. É uma verdadeira corrida contra esta doença misteriosa e destruidora.

 

Por Jaqueline R. de Almeida

jaqueline.raquel.almeida@usp.br

 

 

 

Referências

http://jornal.usp.br/atualidades/a-casca-da-roma-ajudando-a-prevenir-o-alzheimer/

http://abraz.org.br/

http://www.alzheimermed.com.br/

 

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