Neste ano, o prêmio Nobel da área de Física foi concedido a pesquisadores (Figura 1) que tentaram entender um pouco mais sobre essas perguntas tão instigantes, mas que parecem impossíveis de serem respondidas.

Figura 1. Caricatura dos ganhadores do prêmio Nobel de Física deste ano. À direita, James Peebles, ao centro, Michel Mayor, e à esquerda, Didier Queloz (1).

 

O físico James Peebles, da Universidade de Princeton, tem estudado como o Universo evoluiu a partir de ferramentas teóricas e cálculos, desde 1964. Após o Big Bang, há aproximadamente 14 bilhões de anos atrás, o Universo era quente e denso. Cerca de 400 mil de anos após esse evento, o Universo começou a se tornar transparente e raios de luz foram capazes de viajar através do espaço. Essa radiação está ao nosso redor, e, nela, acredita-se que estão escondidos muitos segredos do Universo. Peebles, estudando essa radiação, descobriu que 5% do Universo é composto por matéria convencional, o que inclui estrelas, planetas, e nós, seres humanos, enquanto que 27% é composto por matéria escura, que apresenta grande importância na formação de galáxias, mas sua composição ainda é desconhecida, e, 68% por energia escura, a qual empurra as galáxias para longe uma das outras. O comitê do Nobel de Física explicou a pesquisa de Peebles de uma forma simplificada para entendermos esse trabalho de forma mais fácil. Podemos imaginar que a matéria convencional corresponde aos grãos de açúcar no interior de uma xícara cheia de café, e todo o resto fosse a matéria e energia escura. Anteriormente, as pesquisas eram apenas voltadas para os grãos de açúcar, mas agora os pesquisadores estão percebendo a importância do estudo da maior parte do Universo.

 

Os pesquisadores Michel Mayor e Didier Queloz, da Universidade de Genebra, também foram premiados neste ano. Eles estudaram exoplanetas, ou seja, planetas que estão fora do nosso sistema solar. Em 1995, Mayor e Queloz descobriram um planeta gasoso comparável a Júpiter, 51 Pegasi b, movendo rapidamente ao redor de sua estrela, 51 Pegasi (Figura 2). Este planeta está mais próximo de sua estrela do que Mercúrio está do nosso Sol. Anteriormente os cientistas pensavam que seria impossível um planeta tão grande como Júpiter estar tão próximo de uma estrela. Desde então, mais de 4 mil outros exoplanetas foram então descobertos o que está contribuindo para o entendimento de como diferentes sistemas solares se formam, funcionam e evoluem. Além disso, essas descobertas irão ajudar a responder uma pergunta que todos gostariam de responder, se existe ou não vida em outros planetas.

Figura 2. Céu de Estocolmo em Outubro desse ano. A Constelação Pegasus apresenta a estrela 51 Pegasi, a qual só é possível de ser observada quando está muito escuro (1).

 

Por essas surpreendentes descobertas Peebles recebeu o equivalente a 1,85 milhões de reais e Mayor e Queloz dividiram a outra metade do prêmio. Sem dúvida, esses estudos modificaram as concepções que temos sobre o Universo e irão contribuir para desvendar muitos de seus incríveis mistérios.

 

Referência

(1)  The Nobel Prize in Physics 2019. NobelPrize.org. Nobel Media AB 2019. Wed. 25 Dec 2019. <https://www.nobelprize.org/prizes/physics/2019/press-release/> 

920 Imagem em destaque: © NASA/JPL-Caltech – Planeta 51 Pegasi b

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