Neste post vamos ver como a ciência pode explicar como surgiu a lenda dos vampiros… Vem saber mais!

Entrevista com o Vampiro, Rainha dos Condenados, Crepúsculo, Nosferatu… Além de estar presente em inúmeras obras cinematográficas e literárias, a figura do vampiro está presente no folclore mundial. 

Sempre rodeado de mistério e obscuridade, o vampiro aparece em diversas formas: uma figura humana, normal, bem apessoada; uma pessoa muito pálida com dentes afiados, ou um corpo praticamente em decomposição. O surgimento de um vampiro também pode ter várias explicações de acordo com o folclore: pode ser um espírito maligno, a alma de uma pessoa que se suicidou; um bruxo ou uma bruxa ou, até mesmo, uma pessoa desafortunada que foi mordida por um animal, como gato ou cachorro e que não foi tratada. Um ponto comum nos diversos folclores que contam a lenda de um vampiro é que ele é um ser que se alimenta da essência vital (geralmente o sangue) de criaturas vivas

Mas como, segundo a ciência, podemos explicar o surgimento da lenda dos vampiros? Bom, como existem diversas versões da mesma história fica complicado estabelecer apenas uma explicação, mas algumas partes podem ser melhor compreendidas.

A ciência e os vampiros

A porfiria, por exemplo, explica algumas das características que os vampiros apresentam. Porfiria (do grego porphura – roxo) é um conjunto de doenças no qual há um acúmulo anormal de pigmentos de cor roxa e vermelha na pele, devido a problemas no metabolismo da heme, uma substância que faz parte nosso sangue. Os sintomas variam de acordo com o grau da enfermidade, mas os mais severos podem incluir convulsões, alucinações, sensibilidade à luz solar (figura 1) (o que explicaria o “medo” dos vampiros de Sol), pele branca sujeita à queimaduras, cegueira e deformações faciais. A aversão ao alho pode ser explicada pelo fato de que o bulbo dessa planta possui certas substâncias que podem agravar a doença. Os dentes pontiagudos e a boca avermelhada também são sintomas da porfiria, já que esses pigmentos tóxicos se acumulam também em outras partes do corpo, como nos dentes e na boca.

É provável que as pessoas não conseguiam entender o que acontecia com os doentes com porfiria e, por isso, criaram explicações sobrenaturais e místicas para esses casos, dando origem à lenda do vampiro. A falta de explicação científica pode também ter dado origem, há muito tempo, à lenda de outra criatura folclórica: o lobisomem (leia mais aqui).

Figura 1: porfiria – sensibilidade à luz leva à queimaduras na pele.
Fonte da imagem: https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-540-78814-0_42

Voltando à realidade, desde os anos 60 na psiquiatria, existem casos reportados de pessoas que se comportam com características que remetem aos vampiros das lendas folclóricas. Uma das condições mais perturbadoras é chamada de vampirismo, na qual pessoas violentamente matam ou machucam alguém e depois tomam parte de seu sangue, pois acreditam que isso fortalece seus corpos. 

Assim como a porfiria, o que os médicos chamam de vampirismo é uma doença real, que deve ser levada a sério e tratada. A porfiria pode ser detectada por exames genéticos (já que é uma doença causada por uma mutação no DNA) e o vampirismo pode ser detectado pelos sintomas e pelo comportamento do paciente. É importante o tratamento e o conhecimento sobre a condição, para que os pacientes não sofram e para que o preconceito não se estabeleça.

Até a próxima!

Por Nathália de Moraes

nathalia.esalq.bio@gmail.com

Referências

[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Vampiro

[2] https://www.scientificamerican.com/article/born-to-the-purple-the-st/

[3] Williams, D. (2016). Self-Identified Vampirism and Risk for False Positives: A Case Example of Team Homicide and Implications for Forensic Behavioral Science. Journal of Forensic Sciences, 62(3), 819–821. doi:10.1111/1556-4029.13338 

[4] https://academic.oup.com/qjmed/article/107/11/945/2890493

[5] https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-540-78814-0_42

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.