O desenvolvimento da tecnologia, principalmente na informática e robótica, avançou de forma estrondosa nos últimos anos, como podemos ver ao comparar os aparelhos celulares atuais com os que usávamos 8 anos atrás. Frente a toda essa revolução, muitas coisas que vimos em filmes de ficção científica estão se tornando cada vez mais comuns, como é o caso das impressoras 3D que a cada dia estão mais revolucionárias, chegando até a cogitar a possibilidade de “teletransporte” de objetos.

     Um fato que chama bastante atenção é que a primeira impressora 3D foi criada por Chuck Hull em 1984, um norte-americano que utilizava a estereolitografia, tecnologia precursora da impressão 3D, que foi sendo aprimorada até chegarmos a revolução que vemos hoje.

     As impressoras 3D operam montando objetos por camadas, a partir de matérias-prima, da mesma forma que as impressoras tradicionais criam imagens por pontos de tinta ou toner. A grande diferença é que ao invés de imagens, são impressos objetos em 3 dimensões. Para que isso seja possível, primeiro é necessário desenhar o objeto a ser impresso em um software de modelagem tridimensional, em seguida o computador processas as informações do objeto e envia as instruções para a impressora que possui a matéria-prima e começa a desenvolver o objeto a partir de camadas muito finas, até obter produto final.

     Essas impressoras foram evoluindo cada vez mais e vem sendo aplicadas nas mais diversas áreas como na automobilística1, em objetos do ramo da moda2, na construção civil3 e está muito presente na área médica4, que vem apresentando grandes avanços com esta tecnologia.

   Um caso bastante comentado nos últimos dias foi o implante craniano realizado em uma menina chinesa de 3 anos de idade, Han Han, que sofre por hidrocefalia (excesso de produção do liquido que proteje o cerebro) e costuma causar expansão da caixa craniana. No caso dela, o crânio já apresentava um tamanho 4 vezes maior que o normal, o que estava gerando cegueira, dificuldades de movimentação da cabeça, além de feridas na pele.

     Para conter o avanço da doença, Han Han passou por uma cirurgia onde a estrutura óssea excedente foi retirada, o cérebro reposicionado e para recompor sua estrutura craniana, foi realizado o implante de três peças de titânio feitas em impressora 3D. O material utilizado, além de resistente, apresenta menos rejeição pelo organismo. A impressão 3D foi importante, pois foi a partir dos exames de tomografia dela que as peças foram corretamente moldadas de acordo com sua necessidade5.

     Além disso, existem muitos outros casos de implantes de próteses6 obtidas a partir de impressoras 3D, que possuem a grande vantagem de serem produzidas de acordo com as necessidades específicas de cada pessoa. Quem quiser pode conhecer a história de Emma, uma garotinha com artrogripose, que não conseguia movimentar os braços e ganhou uma nova vida quando recebeu um exoesqueleto personalizado em: http://www.stratasys.com/br/indústrias/médica

     Com os avanços na área, além da redução dos custos de fabricação dos equipamentos e materiais, muitas inovações ainda estão por vir, como por exemplo uma impressora de órgão humanos4 – mas para isso ainda precisamos de mais avanços para conseguirmos um objeto tão rico em detalhes estruturais como um rim.

Para que quiser conferir a impressora que “teletransporta” objetos pode acessar o vídeo disponível em:

Por Jaqueline Almeida

jaqueline.raquel.almeida@usp.br

 


Referências:

[1]: http://mashable.com/2014/10/07/i-drove-a-3d-printed-car/

[2]: http://fashioningtech.com/profiles/blogs/interactive-synapse-dress-reveals-wearers-metal-states

[3]: http://www.treehugger.com/green-architecture/wasp-3D-printer-affordable-mud-homes.html

[4]: http://www.digilabglobal.com/celljet-cell-printing-suspension

[5]: http://www.mirror.co.uk/news/world-news/baby-giant-skull-new-one-6080378

[6]: http://www.cnet.com/news/3d-printed-exoskeleton-helps-paralyzed-skier-walk-again/

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