Se alguém te perguntar de onde veio a língua portuguesa, provavelmente você vai dizer, “de Portugal”. Mas, como os portugueses aprenderam português? Eles não se deram ao trabalho de inventar a língua do nada. Pois bem, essa é a história dos últimos 7500 anos da língua portuguesa, bem antes de ela chegar em Portugal.

De Portugal ao Nepal

Imagina que você resolveu passar suas férias em Katmandu, no Nepal. Você sempre quis ver os Himalaias, conhecer o “Teto do Mundo”. Tão exótico! Mas, no seu hotel, você descobre que vai ficar no quarto “2-7-7” ou “dui-sat-sat” na língua dos nativos. O quarto é nota “das” (como eles dizem “10”). “Os números são parecidos!”, você pensa. Ao se apresentarem, os funcionários dizem “Mero nam” para “Meu nome”. Ao comer, você fala “eu rango, tu rangas e ele ranga” (supondo que você tenha 60 anos). Os nepaleses? “khanchu”, “khanchas” e “khancha”. Depois de algum tempo, você chega à conclusão de que tem alguma coisa errada: Ou a falta de oxigênio por causa da altitude te fez mal e você está ouvindo coisas, ou eles estão falando um português esquisito.

É, eles estão falando um “português esquisito”. Apesar dos mais de oito mil quilômetros separando Lisboa de Katmandu, português e nepalês vêm da mesma língua-mãe. Ou língua-avó no caso.

O tema do mês de abril são os parentes da língua portuguesa e quem está contando essa história para nós é o Dr. Marcus Tanaka de Lira, que é linguista do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução na UnB, onde também coordena o Núcleo de Estudos Asiaticos (NEASIA) e o Instituto Rei Sejong de Língua Coreana. Ele tem graduação, mestrado e doutorado pela UnB e um talento incrível para contar histórias inusitadas. Acompanhe essa jornada pelo tempo nos textos deste mês.

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