Rainha Elizabeth II. Fonte: NASA
Rainha Elizabeth II. Fonte: NASA

Sabemos que com o passar dos anos, o número de fios de cabelos brancos tende a aumentar. Mas este aumento ocorre de forma completamente desigual entre as pessoas; algumas apresentam os primeiros fios logo após a entrada na vida adulta, enquanto em outros a ocorrência é quase nula.

Foi observando esta grande variação, principalmente quando comparadas populações de países distintos, que pesquisadores da University College London resolveram investigar os possíveis genes envolvidos em diferentes processos: os responsáveis pela coloração dos cabelos, os responsáveis pela forma e ausência dos cabelos e os responsáveis pelas características das sobrancelhas e da barba.

Para o estudo, foi analisado o DNA de mais de 6.300 pessoas, entre elas brasileiros, colombianos, chilenos, peruanos e mexicanos. Os habitantes da América Latina foram escolhidos devido à sua grande variabilidade genética, oriunda de grande miscigenação, e também por conta das características diversas que seus cabelos apresentam.

Essas análises forneceram pistas importantes sobre a associação entre genes e os traços físicos. Foram identificadas 18 associações, sendo 10 delas inéditas. Dentre elas, o papel do gene IRF4 ganhou especial atenção.

Esse gene participa do controle da produção e do armazenamento da melanina, que é o pigmento responsável pela cor da pele, dos olhos e também dos cabelos e que possui função relacionada com a proteção contra as agressões do sol.

A produção da melanina que dá cor aos cabelos é realizada nos folículos capilares (“bolsas” onde estão as raízes dos fios), e quando essa produção é interrompida, os cabelos passam a apresentar-se de forma grisalha. O estudo inglês descobriu que pessoas que apresentam determinado padrão do gene IRF4 apresentam uma maior predisposição a apresentar cabelos grisalhos.  Mas os pesquisadores afirmam que os cabelos brancos não surgem apenas pelo padrão deste gene, ou seja, não se trata apenas de um resultado genético. Eles afirmam que os brancos também podem surgir após a ocorrência de eventos traumáticos, como também por situações de estresse.

Com a identificação deste gene, podem-se buscar alternativas de tratamento para prevenir ou até mesmo reverter o processo de ausência de pigmentação dos fios cabelos.

 

Por Jaqueline Almeida

jaqueline.raquel.almeida@usp.br

 

Referencias

Adhikari, K. et al., 2016. A genome-wide association scan in admixed Latin Americans identifies loci influencing facial and scalp hair features. Nature Communications online. http://dx.doi.org/10.1038/ncomms10815.

 

 

 

 

 

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